quarta-feira, 28 de julho de 2010

GLUTAMINA: Nutrição + Proteção



Descubra como esse aminoácido pode melhorar a sua performance, massa muscular, evitar o catabolismo e fortalecer suas células de defesa.


Para  que  o  corpo  humano possa  estar  em  equilíbrio e  gozar  de  saúde  física  e psíquica é preciso garantir uma  alimentação  equilibrada,  acompanhada  de uma  refnada  qualidade  e quantidade de exercícios físicos. Baseado nesta hipótese, a comunidade cientÍfca tem se dedicado ao entendimento dos eventos que regem a nutrição esportiva, no intuito de orientar praticantes de atividade  física quanto  aos  cuidados que acompanham  a  prática  constante  de exercícios, principalmente quando estes são intensos, já que tem sido verifcado um desbalanço na oferta de diferentes substratos ou aminoácidos, desencadeando a  síndrome de overtreino  (fadiga muscular por excesso de treinamento).

A  suplementação  alimentar  associada à musculação é a saída utilizada por  muitos  atletas  e  praticantes  de
atividades físicas para obter ganho de massa muscular e força. Suplementos à base de proteína  são os mais usados por   praticantes de musculação, merecendo  destaque  a  suplementação de glutamina, a qual tem sido amplamente  difundida  nas  academias de todo o país.

Pode-se estimar que aproximadamente 60% de todos os aminoácidos livres no corpo estão na forma de glu-
tamina. Vale destacar que a glutamina não é um aminoácido essencial, sendo produzido pelo músculo e  literalmente “arrancado” dele em períodos de treinamento pesado, condição em que  se observa perda de massa muscular decorrente do esgotamento da glutamina tecidual.

Estudos do perfl fsiológico da ação da  glutamina  revelaram  que,  além de  atuar  como  nutriente  (substrato
energético), apresenta ainda uma  importante  função  anabólica  e  anticatabólica  promovendo  o  crescimento muscular e desempenhando assim um papel vital no metabolismo da proteína e na recuperação muscular.


O músculo é o maior armazenador de glutamina. As células do cérebro e pulmão são produtoras regulares
de glutamina,  enquanto  as  células do  intestino,  rins e sistema  imunológico  são  consumidoras.  O  mús-
culo  e  o  fígado  podem  tanto  produzir  como  consumir.  Assim,  uma suplementação  adequada  deste
aminoácido  metabolizável,  além de prevenir o catabolismo, é capaz de estimular a síntese protéica (au-
mento de massa muscular), prevenindo o temido overtraining.

Muitas  vezes,  a  suplementação oral  de  glutamina  falha  em  induzir elevação  na  sua  concentração  plas-
mática, pois os enterócitos (células do epitélio intestinal) consomem a maior parte  deste  aminoácido.  Porém  esta suplementação oral poupa a glutamina do corpo (endógena), aumentando a  disponibilidade  deste  aminoácido para outros  tecidos. A glutamina não é  somente utilizada pelo  tecido muscular, mas também em grande quantidade pelo sistema imunológico e pelo sistema digestivo. Durante períodos de treinamento intenso, as concentrações plasmáticas deste aminoácido podem declinar e nosso corpo não é capaz de
produzi-lo sufcientemente.  Isto pode resultar no esgotamento dos níveis de glutamina em nossos músculos e desta maneira causar avaria no músculo e na imunidade.

Dentro  de  um  aspecto multifatorial  vamos  destacar  as  ações  ligadas à  glutamina,  cuja maior  produção  e liberação  está  relacionada  a  ajustes fsiológicos, como por exemplo, frente ao exercício físico ou em condições estressoras  (cirurgias,  traumas,  queimaduras...),  condições  cuja  demanda está aumentada.
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Neste  sentido, a suplementação  com  glutamina  em indivíduos  submetidos  a  fatores  estressantes  tem  contribuído para que a queda da síntese protéica não seja tão  acentuada.  O  uso  da  glutamina
como  agente de  suplementação nutricional  tem  sido  foco  intensamente  explorado  na  literatura  devido  a
sua  importância  fundamental  para muitas funções homeostáticas e funcionamento de  inúmeros  tecidos do
nosso organismo, particularmente no que tange ao sistema imunológico para o qual é um nutriente indispensável.

Além  do  exposto  acima,  sabe-se que  a  glutamina  tem  uma  estrutura única,  constituída  de  19%  de  nitrogênio,  tornando-se  o  nutriente  responsável por 35% de todo nitrogênio que  chega  ao  tecido muscular onde é  sintetizado  para  crescimento.  Foi demonstrado  que  a  suplementação com 2-6g/dia de glutamina pode aumentar  em  400%  as  concentrações plasmáticas  do  hormônio  do  crescimento  (GH),  conseqüentemente  sua massa muscular e a perda de gordura.

O  suplemento  pode  ser  ingerido  em qualquer momento do dia, porém os mais importantes são logo após o treino de musculação e antes de dormir, de  preferência  misturada  com  suco, para aumentar a secreção de insulina, facilitando  o  transporte  do  nutriente para  dentro  da  célula  muscular.  Enquanto  substrato energético, a glutamina também pode estimular a síntese  de  glicogênio  (importante  reserva energética), aumentando conseqüentemente a disponibilidade de energia para os processos anabólicos.

Outro  fator  a  se  considerar  faz  referência à prática  regular de atividade física (leve) na qual ocorre aumento na funcionalidade do  sistema  imunológico. No entanto, para os praticantes de musculação  pode  ocorrer  o  contrário, com uma baixa no sistema imunológico,  decorrente  da  pouca  oferta  deste
poderoso  aminoácido.  Quando  praticamos  exercício  físico,  nosso  sistema neuroendócrino  induz  uma  efetiva elevação na secreção do hormônio cortisol,  o  qual  está  correlacionado  positivamente  com  aumento  no  fuxo  de glutamina para fora do músculo. O cortisol parece ter efeito estimulatório so-
bre a glutamina sintetase, aumentando sua atividade, desviando o destino do pool de aminoácidos para mudança na síntese protéica, contribuindo para perda de massa. Além disto,  a glutamina também  desempenha  um  papel modulador na secreção de outros hormônios como: o de crescimento, Prolactina
e o hormônio estimulador do córtex da glândula supra-renal (ACTH).

Por fm, diversos estudos demonstraram  o  papel  desse  aminoácido enquanto agente que promove dimi-
nuição do catabolismo muscular associado à elevação na síntese de glicogênio; é sugestivo o fato do aminoácido também participar nas dinâmicas que promovem  o  crescimento  muscular e ao mesmo  tempo minimizar a  imunossupressão  induzida pelo exercício. Um ponto-chave que deve estar constantemente  presente  na  mente  dos praticantes de atividade física é que a suplementação com glutamina permite alcançar os maiores benefícios durante  o período de  recuperação pós-exercício aliando nutrição e proteção.

Dentre  as  ações  da  glutamina é sabido que ela exerce papel fundamental na terapia nutricional devido à diversidade de suas funções, como:

• É necessária para o crescimento e diferenciação celular;
• Atua como veículo para  transporte de nitrogênio e cadeia carbônica entre os órgãos;
• Regula a síntese de proteína e glicogênio;
• Fornece energia aos fbroblastos;
• Aumenta a síntese do colágeno;
• Constitui substrato para as células da mucosa  intestinal (enterócitos),  células do  túbulo  renal, células endoteliais;
• Tem  importância  fundamental no  metabolismo  energético,  na síntese protéica, e na capacidade 
de defesa do organismo;
• Atua como fonte de energia para as  células  de  rápida  proliferação, como os fbroblastos, os glóbulos brancos, (células de defesa) e células do epitélio intestinal;
• Promove o balanço nitrogenado positivo;
• Normaliza  a permeabilidade e integridade intestinal;
• Aumenta a resistência à infecção por melhora da função fagocitária.



PROF. DR. CARLOS ALBERTO DA SILVA
Biólogo pela UNIMEP
Mestre  e   Doutor  em  Fisiologia Humana pelo
Depto. de Fisiologia e Biofísica da UNICAMP

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Alimentos são aliados do sistema imunológico para enfrentar o inverno



banco de imagens
 
 
 
Fonte: Revista Época
Chá de alho é um ingrediente famoso contra as gripes entre as receitas populares. Será verdade? Sim, em períodos de mudanças bruscas de temperatura, situação típica do outono, existem alimentos capazes de reforçar as defesas do corpo, afirmam os especialistas. Essa missão cabe especialmente aos hortifrútis ricos em vitaminas dos tipos A ou E, assim como aos alimentos que contêm grandes quantidades de minerais, como zinco e selênio.

"O nosso sistema imunológico tem a função de defender o organismo e deve ser visto como um órgão. Ele precisa de cuidados, e a alimentação saudável é um deles", diz o especialista em gripe e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), João Toledo Neto.

Segundo Toledo, uma alimentação deficiente pode deixar o corpo mais suscetível a doenças. "É a carência de nutrientes que enfraquece a defesa do organismo", diz Toledo. "O sistema imunológico é desenvolvido já no feto. E o aspecto nutricional é importante desde quando se nasce", completa. Para ele, fazer atividades físicas deve ser um complemento da boa alimentação no reforço do sistema imunológico.

Para que os alimentos exerçam uma função protetora, os nutrientes devem ser ingeridos diariamente. "Comer um alimento funcional esporadicamente não trará nenhuma melhora à saúde", alerta o nutrólogo Edson Credidio, doutor em Ciências de Alimentos pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Para a nutricionista do Hospital das Clínicas da Unicamp, Salete Brito, a dica é apostar em uma alimentação balanceada. "O corpo é uma máquina e, para funcionar bem, precisa de todos os nutrientes. Não podemos esquecer dos carboidratos, proteínas, vitaminas, minerais e gordura, como a do ômega 3."

Se alguns alimentos atuam como reforços, outros podem ser vilões. "Frituras e embutidos potencializam a produção de radicais livres, o que pode aumentar a resposta inflamatória devido ao alto teor de gordura", afirma a nutróloga Sandra Lúcia Fernandes, da Sociedade Brasileira de Nutrologia (Abran).